São Paulo, 24 de Maio de 2011
Fonte ligada ao assunto afirma que os R$900 mil liberados para o estudo podem até mesmo voltar aos cofres públicos
Por Wagner Freire
A atualização do Atlas Eólico Brasileiro, que é prometida há anos, está parada e não há mais previsão de publicação do material. Uma fonte diretamente ligada ao projeto, tocado pelo Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel), que faz parte da Eletrobras, afirmou ao Jornal da Energia que a nova versão do mapa ainda não saiu do papel, apesar de o dinheiro para o financiamento já estar liberado há dois anos.
"O diretor da Cepel fala que o estudo está em andamento, mas é tudo mentira", disse a fonte. Segundo ele, o Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) liberou R$900 mil para a criação do novo atlas, porém, "por questões políticas a direção do Cepel achou melhor não tocar o projeto".
A fonte consultada pela reportagem afirma que a atualização é necessária, pois foi constatado que na primeira versão, publicada em 2001, continha algumas falhas. Outra questão, segundo ele, está relacionada às novas tecnologias - como torres mais altas e turbinas de melhor desempenho, o que reconfigura totalmente parâmetros levantados na publicação anterior.
"Não se trata apenas de um novo mapa. O novo projeto contaria também com uma plataforma dentro do Cepel capaz de monitorar e atualizar os ventos em tempo real, com isso seria possível prever o volume de ventos das próximas 72 horas", contou. A fonte informou ainda que não sabe ao certo o porquê da não liberação do projeto por parte do Cepel e adianta que não descarta a possibilidade de o dinheiro que iria para a iniciativa ser devolvido aos cofres públicos.
Defasado
O primeiro atlas eólico brasileiro, finalizado em 1999 também pelo Cepel, estima que o potencial brasileiro é da ordem de 143 mil MW. Este estudo, entretanto, contempla medições realizadas a 50 metros de altura. Segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia, medições prévias apontariam que o potencial eólico do Brasil pode ultrapassar os 300 mil MW, caso sejam feitas medições entre 80 e 120 metros de altura.